O perfil ideal do profissional da área de Gestão de Dados
Com o surgimento de novos cenários, requisitos e tecnologias para alavancar a competitividade das empresas, tornou-se necessário uma reflexão sobre o perfil ideal do profissional para atuar na área de Gestão de Dados.
Em tempos de crise, este tipo reflexão se torna cada vez mais frequente pelas empresas e também pelos profissionais. Ter o domínio técnico da Gestão de Dados, é suficiente para o profissional se destacar no mercado, em áreas ligadas aos dados e informações? Acreditamos que não.
Neste artigo, iremos abordar as principais habilidades que compõe o perfil ideal do profissional que atua na área de Gestão de Dados.
Conforme podemos observar na figura a seguir, este novo perfil é composto por seis grandes habilidades: domínio da gestão de dados, visão estratégica, marketing, habilidades comportamentais, conhecimento da tecnologia e por fim, conhecimento do negócio da empresa.
Figura - Perfil ideal do profissional de Gestão de Dados
A habilidade da gestão de dados representa o domínio teórico da disciplina Gestão de Dados e a aplicação com desenvoltura deste conhecimento na prática pelos profissionais que atuam na área. O conhecimento do guia de boas práticas DAMA-DMBoK®, com suas atuais 10 funções de dados é um dos principais itens que devem ser considerados em um plano de desenvolvimento desta habilidade.
Devemos ter em mente que, para cada papel exercido, deve-se levar em conta o grau de conhecimento necessário sobre cada função de dados do DAMA-DMBoK®.
Na prática, o grau requerido de conhecimento na função “Arquitetura de Dados” para o papel do Curador de Dados (ou Gestor da Informação), não é tão grande quanto o desejado para o papel de um Arquiteto de Dados, por exemplo. Já o conhecimento avançado na função “Arquitetura de Dados” deve ser considerado obrigatório para o papel de um Arquiteto de Dados.
A habilidade referente à visão estratégica indica que nos dias atuais, o profissional de gestão de dados deve estar alinhado com a estratégia da empresa. Conhecer o mapa estratégico ou outra fonte de informação neste sentido, e direcionar suas ações ao encontro das diretrizes estratégicas da empresa é um requisito fundamental para esta habilidade.
O conhecimento e aplicação de novos conceitos e ferramentas ligadas a gestão estratégica, como por exemplo: análise de swot, ferramentas para qualidade, business model canvas, design thinking, gameficação, etc.… colaboram para o aprimoramento desta habilidade.
Podemos dividir a habilidade ligada ao marketing em dois grandes grupos: O primeiro, ligado ao marketing pessoal, onde o trabalho da percepção dos pontos fortes e pontos de melhoria são identificados pelo próprio profissional que, através de técnicas específicas procura divulgar com maestria o que ele tem de mais positivo e corrigir/aprimorar, de forma ágil, seus pontos fracos e vulnerabilidades.
Já o segundo grupo se refere à habilidade de promover o marketing interno da área, também conhecido como “endomarketing”, onde a divulgação da área é feita de forma usual pelo profissional.
As habilidades comportamentais representam a conduta e a postura do profissional perante as situações diárias em que é submetido. Características pessoais como: Agilidade, Bom Senso, Comprometimento, Didática, Objetividade, Pró-atividade e Racionalidade compõem boa parte dessas habilidades.
Este conjunto de habilidades por muitas vezes é negligenciado por alguns profissionais, tornando mais difícil o cumprimento das suas atividades e objetivos, bem como uma possível ascensão profissional.
Vale ressaltar que, hoje em dia, não há mais espaço para o profissional “tarefeiro”, que fica aguardando solicitações de tarefas para executar suas atividades.
Em relação à tecnologia o conhecimento das principais soluções ligadas aos dados, e também das ferramentas utilizadas para apoiar a gestão dos mesmos, é um bom ponto de partida para o desenvolvimento desta habilidade. Aqui também vale o conceito de que, dependendo do papel executado, o profissional de gestão de dados não precisa ser um expert no uso de uma ferramenta ou tecnologia específica, porém deve ter conhecimento suficiente para discutir e participar de debates com os especialistas em cada ferramenta e/ou tecnologia envolvida em suas atividades.
O conhecimento do negócio envolve o domínio pleno das regras, regulamentações e características de funcionamento de uma empresa ou área específica dentro da mesma, sempre em alinhamento com suas necessidades e cultura interna.
Certamente, o conhecimento do negócio da empresa é a habilidade mais difícil de encontrar nos profissionais do mercado. Afinal, mesmo existindo segmentos de atuação já consagrados como varejo e mercado financeiro, há de se levar em conta que cada empresa possui cultura organizacional e objetivos diferentes das suas concorrentes. Portanto, nenhuma empresa é totalmente igual à outra. Das habilidades listadas neste artigo, esta é a que costuma ter mais investimento em tempo para qualificar os profissionais.
Como mapear e desenvolver essas habilidades?
De forma geral, o mapeamento e acompanhamento das habilidades deve ser feito de forma individual, considerando o papel que a pessoa exerce na cadeia dos processos de Gestão de Dados. No nosso próximo post passaremos maiores detalhes de como mapear e desenvolver essas habilidades.
Esperamos que este artigo ajude a nortear suas ideias e contribua para o desenvolvimento dos profissionais de Gestão de Dados que atuam em sua empresa.
Gostou do nosso artigo? Se tiver alguma dúvida ou necessidade em mapear as habilidades, entre em contato conosco.
Até o próximo!
* DAMA-DMBoK® é marca registrada da DAMA International.
Sobre o autor:
Bergson Lopes Rego é Vice-presidente da DAMA Brasil e fundador da BLR DATA, empresa especializada em consultoria e treinamento em Gestão e Governança de Dados. Autor do livro Gestão e Governança de Dados – Promovendo dados como ativo de valor nas empresas publicado pela editora Brasport.
Conduziu diversos projetos ligados a área de Gestão de Dados em empresas de grande porte nos segmentos: Financeiro, Seguros, Óleo e Gás, Governo, Construção Civil e Indústria